Juazeirense se prepara para a disputa da Série D sonhando em repetir feito de 2017

Após as eliminações no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste, a Juazeirense se prepara para disputar sua última competição da temporada de 2024, mas não menos importante, a Série D do Campeonato Brasileiro. O Cancão de Fogo iniciou os trabalhos no último dia 2 de abril.

A Juazeirense teve um início de temporada empolgante ao superar a pré-Copa do Nordeste e garantir vaga na fase de grupos. Na sequência, a equipe chegou a liderar o Baianão ao empatar na estreia com o Barcelona de Ilhéus e vencer as duas partidas seguintes batendo o Jacuipense e Jequié. Porém o time perdeu a invencibilidade no ano ao ser derrotado pelo Vitória por 3 a 0, no estadual, e viu a boa fase desandar, sem conseguir mais emplacar outra regularidade. Nos 14 jogos seguintes, o Cancão de Fogo acumulou nove derrotas, um empate e quatro vitórias.

Com a sequência negativa, o clube de Juazeiro não se classificou para a semifinal do Baiano, além de comprometer a campanha no Nordestão e isso custou o emprego do técnico Carlos Rabello. Quatro dias depois, a diretoria contratou o treinador Evandro Guimarães para arrumar a casa já de olho na Série D.

"Nós contratamos exclusivamente o Evandro Guimarães para esta competição, que ele já sabe muito bem como disputar essa competição, já esteve com a gente também na Série D, agora é esperar que a gente consiga reforçar cada vez mais a equipe e representar bem o futebol baiano no cenário nacional", comentou o presidente e deputado estadual Roberto Carlos (PV) em entrevista ao Bahia Notícias.

Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias

Evandro Guimarães assumiu o comando do time no dia 11 de março, mais de um mês e meio antes do início da Série D.

"Fizemos um bom trabalho em 2021 com o Itabaiana chegando a nos classificar. Fomos para o mata-mata com o Coruripe também. A gente precisa só encaixar o time para fazer um bom trabalho na Série D", disse ao BN.

Evandro chegou quando a Juazeirense visava apenas cumprir tabela na Copa do Nordeste, sem aspirar brigar por classificação para as quartas de final. O time ainda disputou três jogos sob o seu comando, o que possibilitou avaliar o elenco.

"Cheguei a três jogos [da Copa do Nordeste] para a gente ver. Tínhamos poucas chances de classificação, mas ainda ganhamos do River-PI. Era uma equipe que tinha outra maneira de trabalhar. É um elenco que tem qualidade, mas precisa de algumas motivações diferentes, de alguns obstáculos e objetivos para poder conquistar as coisas", comentou. "O que observamos é que é um elenco que não conquistou o objetivo. Então, os atletas e diretoria estavam muito chateados e magoados por não conseguirem o objetivo. O objetivo principal das equipes é chegar na semifinal do estadual e tudo. Mas isso faz parte, às vezes não se conquista o objetivo por vários motivos. Mas o mais importante é trabalhar agora para fazermos uma grande Série D", completou.

Evandro Guimarães (D) e o preparador físico Leandro Capone | Foto: Bruno Lopes / Juazeirense

AJUSTES NO ELENCO

Além de trocar o comando técnico, também houve mudanças no elenco, como por exemplo as saídas do zagueiro Sueliton e o atacante Luis Soares.

Por outro lado, o experiente zagueiro Wendell foi contratado e já estreou pela equipe ainda no Nordestão. Outro reforço foi o volante Cleiton, de 23 anos. Além disso, Roberto Carlos ainda tenta a contratação de mais um defensor.

"Olha, nós estamos aí de olho num zagueiro, que é do Barcelona de Ilhéus [Jacques] e estamos com tratativas com o clube para emprestar", falou o dirigente.

Mas outros reforços ainda poderão desembarcar em Juazeiro até a estreia na Série D.

"Estamos avaliando direitinho. Temos que trazer pelo menos três atletas de qualidade para nos ajudar em algumas posições, porque saíram dois, três jogadores", pontuou Evandro Guimarães.

GRUPO EQUILIBRADO

Com 64 times, a Série D está prevista para começar no dia 27 de abril, mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda vai divulgar a tabela detalhada. A Juazeirense foi sorteada no Grupo A4 e vai estrear contra o Itabaiana-SE, ex-clube de Evandro Guimarães. A chave ainda conta com os alagoanos ASA e CSE, os pernambucanos Petrolina e Retrô, o também sergipano Sergipe e o conterrâneo Jacuipense.

"A competição tem sua característica diferente do Baianão, da Copa do Nordeste. Série D é outra coisa, é uma competição especial", destacou o treinador. "Fortíssimo. Em 2021 quando eu estava no Itabaiana, a Juazeirense se classificou com 28 e a gente com 27 em segundo lugar. Foi luta até o final, até os três últimos jogos não tinha nada definido. Sempre falam de grupo da morte, nosso grupo tem muitos riscos. Mas vamos trabalhar para fazer uma boa competição. Estamos trabalhando muito para isso para poder ajustar a equipe e fazer uma grande competição", analisou.

Foto: Bruno Lopes / Juazeirense

CALENDÁRIO DE 2025

Com a eliminação na primeira fase do Baianão, a Juazeirense está sem calendário para o segundo semestre de 2025. No horizonte do clube no próximo ano tem apenas a disputa da Série A estadual. A última chance de ter agenda para o restante da temporada será o acesso à Série C. Roberto Carlos quer usar a experiência para repetir o feito alcançado em 2017 quando subiu para a Terceirona.

"Nosso objetivo é subir para a Série C. Claro que não é fácil, nós temos um campeonato mais difícil do Brasil que começa com 64 clubes e só sobem 4, enquanto a Série B são 20 clubes e sobem 4. Agora a Série D, 64 clubes, não é fácil, mas nós já temos experiência nessa competição, já subimos uma vez e esperamos que a gente consiga repetir o que fizemos em 2017", declarou o dirigente.

Evandro minimizou a pressão em conseguir calendário para o ano que vem.

"De certa maneira, o ideal é buscar calendários, né? A pressão é natural para a gente o tempo todo, não tem nem como escapar disso. A gente sempre acha que podemos fazer algo para buscar esses calendários. Agora é a Série C que temos que ir atrás e não é fácil. É uma competição que tem muitas equipes na disputa desse objetivo. Mas o ideal é entrar fazendo tudo para conquistar nosso espaço dentro da competição. Agora o acesso é uma incógnita, porque é uma competição que tem 64 equipes com tantas características de jogo e maneiras de se jogar, temos que identificar o mais rápido possível primeiramente na fase de grupos. Nossa chave é muito difícil. Vamos tentar nos classificar e depois jogo a jogo. Para a gente sempre será jogo a jogo, serão várias finais. Então, já temos sempre essa pressão natural, não precisa nem buscá-la, porque a gente tem", ressaltou.

Foto: Ascom / Sport