Victor Mendes diz que 'velhas práticas não servem mais' e promete 'oxigenar' o Vitória

Candidato à presidência do clube, Victor Mendes afirmou que pretende trazer um novo modelo de gestão para oxigenar o Vitória. Em entrevista ao programa BN Na Bola, da Rádio Salvador FM 92,3, o representante da chapa Movimento Vitória avaliou que a agremiação precisa fazer uma transição "de uma velha ordem para uma nova ordem".

"Não tenho apontado o dedo para colocar responsabilidades em quem passou, mas aquilo que foi feito lá atrás hoje já não serve mais. As boas práticas dos anos 90 ficaram nos anos 90. O que foi feito de certo no início dos anos 2000 ficou lá atrás. Precisamos agora oxigenar o clube, com muita responsabilidade, trazendo pessoas experientes que possam ajudar, mas principalmente tendo cabeças novas. Daqui a um tempo vão dizer o seguinte: o velho é Victor e o clube precisa organizar. Esse é o desafio. Ter responsabilidade. Trazendo um novo paradigma, boas práticas, principalmente no futebol", pontuou.

Para isso, Victor terá de lidar com a situação financeira delicada do Rubro-Negro baiano. Sua principal proposta para isso é aumentar o orçamento do clube de maneiras que, na visão dele, não estão sendo exploradas.

"O que precisamos fazer é, de forma clara, encontrar os caminhos, os meios, para aumentar o orçamento. O Vitória já teve orçamento de R$ 120 milhões. Não é razoável que pensemos o nosso clube com a mesma estrutura com orçamento de R$ 25 milhões. O que precisamos é ter um clube transparente para o sócio, para ele dar um pouquinho, para o patrocinador, o investidor, para ir aumentando. Precisamos conseguir aportes, mas também de forma orgânica fazer que nossa máquina funcione", destacou.

"Com o acesso para a Série B, uma negociação com a TV, mas precisamos ter um planejamento para sair para uma base de 20 mil sócios ativos. Isso por si só representa um incremento de R$ 8 milhões por ano. Mais do que isso: precisamos fazer que nosso associado possa consumir mais produtos, para pagar o estacionamento com um preço standard ou o estacionamento diferenciado, com preço superior. Tem que ser prioridade do sócio. Comprar uma série de outros itens, como alimentos, bebidas. O clube precisa participar de um percentual da receita dos bares, com um caixa gerenciado pelo clube", complementou.

Outra preocupação que o candidato disse que terá será em relação à base do Leão, conhecida por revelar destaques do futebol mundial, como Bebeto, Vampeta, David Luiz e outros.

"Precisamos reestruturar essa divisão de base. O DNA do nosso clube está muito associado à base. De que forma? Mais do que recurso financeiro, é questão de processo de gestão. Montamos um currículo para cada categoria, cada ano. Vamos acompanhar o atleta a cada idade o crescimento técnico, tático, fundamento de drible, finta, e, a partir de um currículo, ir desenvolvendo o atleta. Para isso, é importante utilizar uma tecnologia básica que está difundida: controle de desempenho, um GPS. Não é um custo elevado colocar isso para funcionar também na base. Vamos reestruturar a seleção. Essa coisa de peneira, colocar 1.500 meninos em uma peneira, e sair divulgando como se fosse perfeita, não é por aí. A chance de errar é muito grande. Vamos colocar de imediato um Fut7 e um futebol de salão, para ajudar na seleção. Vamos espalhar escolhinhas pelo país. Não tem capacidade operacional para espalhar, mas nossa competência essencial é montar o modelo. O Barradão é a referência, unidade piloto, para espalhar por meio de licenciamento ou franquia, onde empreendedores e empresários possam pagar um percentual, o clube ter um recebimento e as escolhinhas poderem funcionar. Mais do que questão técnica, tática e física, é trabalhar o lado humano e psicológico", projetou.

Victor Mendes também abordou o tema SAF (Sociedade Anônima do Futebol), e opinou que este não é o momento para discutir uma transformação, em virtude da condição esportiva na qual o Vitória se encontra.

"SAF é uma novidade no Brasil, não está consolidado, há riscos embutidos, estar na Série C não é o melhor momento para negociar. É igual pegar um carro batido, sujo e sem documento no Detran. Não dá para botar para vender. Indo além, qualquer negociação de SAF, tem que ter um requisito: cláusula de desempenho. Nós sócios perdemos a gestão para o time de futebol. Qual é o objetivo que ele vai ter? Vai levar o time para a Série A ou vai colocar o clube numa Série B e fazendo bons contratos para a SAF. Pode vir a ser negociada em um outro momento, cumprindo os requisitos e tendo a necessidade da cláusula", argumentou.

A entrevista completa de Victor Mendes pode ser conferida no YouTube da Salvador FM, acessando o seguinte link: