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Da Bahia para o mundo: Valdenice Conceição é primeira mulher brasileira garantida para as Olimpíadas de Paris na Canoagem

Por PRADO AGORA em 04/05/2024 às 00:09:23
As recentes conquistas parecem ter inspirado a Bahia a seguir fazendo história na canoagem brasileira, que ganhou mais uma classificação emblemática na última semana. Valdenice Conceição, atleta de 34 anos, natural de Itacaré-BA, se tornou a primeira mulher brasileira a garantir uma vaga para as Olimpíadas, na categoria de canoagem feminina, modalidade que segue dentro dos Jogos Olímpicos desde 2020. A itacareense é beneficiária do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, na categoria Pódio.

Pelo Pan-Americano de Canoagem Velocidade, torneio pré-olímpico de países americanos, que ocorreu em Sarasota, na Flórida. Valdenice venceu a prova do C1 200m feminino com o tempo de 47s739, garantido o feito inédito para o Brasil. Além da conquista, a atleta também foi a primeira mulher a garantir a medalha de bronze no C1 200m, em 2015, e possui também um ouro na Copa do Mundo de Racice em 2017.

A baiana conseguiu a quarta vaga na canoagem brasileira para o Brasil. Jacky Godmann e Filipe Vinícius Vieira venceram o C2 500m do pré-olímpico das Américas e se classificaram com o barco de duplas brasileiro. Isaquias Queiroz, que já é figurinha carimbada em Paris, já havia confirmado a classificação do C1 1.000m.

Ao Bahia Notícias, a baiana falou sobre o sentimento da importante conquista para os Jogos Olímpicos de Paris e detalhou sobre o orgulho que sente em ter trazido a vaga para a Bahia.

"Para mim é muito feliz e gratificante ser a primeira mulher brasileira a conseguir uma vaga para o Brasil na canoagem de velocidade. Sinto muito orgulho de poder estar representando o país numa edição de Jogos Olímpicos e graças a Deus a vaga veio agora. Tô muito feliz de poder representar o Brasil e a Bahia, isso é muito bom para a minha carreira", celebrou.

Valdenice Conceição momentos antes de garantir o ouro no Pan-Americano Feminino de Canoagem de Velocidade | Foto: Reprodução / Instagram

A canoísta trilha um caminho de 18 anos de carreira no esporte e não participou da busca pela vaga em Tóquio, em 2020, ano de estreia da modalidade nas Olimpíadas, por um problema de logística com sua estratégia, mas se mostrou forte na briga pela vaga em Paris e comprovou toda a força e perseverança que demonstra sempre ter tido.

"Não foi fácil porque a categoria não era olímpica e só foi se tornar em 2020, em Tóquio, mas a Canoagem do Brasil não conseguiu o feito inédito. "Isso (a não classificação) foi um pouco triste por eu ser a número um do Brasil e não estar lá pra mim foi triste, mas graças a Deus não desisti, continuei me dedicando e treinando e graças a Deus a canoagem estará em Paris. Isso é um motivo de muito orgulho e gratificação para a minha carreira", relembrou a esportista.

Antes de Valdenice, Isaquias Queiroz foi o atleta que também fez história na canoagem. O baiano de Ubaitaba conquistou o ouro olímpico em Tóquio 2020 na categoria C1 100m. A agora classificada para Paris revelou que ainda não houveram comparações com Isaquias, que já possui uma boa experiência na competição, e ressaltou que o foco é na sua performance e nos seus objetivos.

Ambos os atletas se assemelham muito dentro do cenário dos Jogos Olímpicos. Além de garantirem conquistas inéditas na modalidade esportiva, os dois vieram do sul da Bahia e nasceram em cidades vizinhas. A distância de Ubaitaba para Itabuna é estimada em 53,0 km, levando um tempo de duração de uma hora e dois minutos de viagem entre os municípios.

"Não houve nenhum tipo de comparação com Isaquias. Desde o começo a canoagem masculina sempre foi uma modalidade olímpica e a feminina não, então eu nunca percebo uma comparação do Isaquias com a Valdenice. Sempre treinei pensando em mim, no meu foco e nos meus objetivos, cada um tem o seu, e eu sei disso. Vou continuar o meu trabalho dessa forma", pontuou.

COMO CHEGA PARA OS JOGOS OLÍMPICOS?

A baiana de 34 anos diz estar fisicamente bem para representar o Brasil em Paris e alegou que suas adversárias estão um passo à frente dela, mas crê que nos próximos três meses de preparação vai chegar para brigar pelo ouro. A "Neta Canoa", como é apelidada, quer fazer ajustes em alguns detalhes que a mesma alega estarem faltando, mas mantém aceso o sonho pela única medalha que falta no seu currículo.

Após garantir o ouro no Pan-Americano, a canoísta baiana foi recebida com festa no município de Maraú, sendo homenageada por um centro cultural e esportivo após um desfile nas ruas da cidade. O Brasil agora assegura 204 vagas para Paris 2024 após a conquista da canoísta de Itacaré.

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