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Presidente da Fifa lamenta morte de Pelé: "Dia verdadeiramente trágico para o futebol e o Jogo Bonito"

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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, lamentou a morte de Pelé, ocorrida nesta quinta-feira (29), em São Paulo, aos 82 anos. O Rei do Futebol tratava de um câncer cólon, descoberto em setembro de 2021. O mandatário da entidade que controla o futebol mundial definiu como o "dia verdadeiramente trágico para o futebol e o Jogo Bonito".

"Estou com o coração partido ao saber que perdemos Pelé, o Atleta do Século. Hoje é um dia verdadeiramente trágico para o futebol e o Jogo Bonito, como ele chamou, nunca mais será o mesmo", disse através de carta publicada.

Ao longo do texto, Infantino chama Pelé de "maior jogador de futebol de todos os tempos" e que a vida do ex-jogador é mais do que o esporte. O dirigente também destacou que o Rei do Futebol protagonizou momentos eternizados ao longo das décadas e que era um atleta à frente do seu tempo. O portal da entidade dedicou toda sua página principal a homenagens ao brasileiro.

O velório de Pelé será na próxima segunda (2), no estádio da Vila Belmiro, de propriedade do Santos. O evento será aberto ao público.

Leia o texto de Gianni Infantino na íntegra:

"Caros Amigos da FIFA, queridos Amigos do Futebol, Caro Ednaldo Rodrigues e todos da Confederação Brasileira do Futebol (CBF).

Estou com o coração partido ao saber que perdemos Pelé, o Atleta do Século.

Hoje é um dia verdadeiramente trágico para o futebol e o Jogo Bonito, como ele chamou, nunca mais será o mesmo.

Pelé foi único em muitos aspectos. Ele marcou mais de 1.000 gols ao longo de sua carreira e foi o único jogador a ter vencido a Copa do Mundo três vezes. A visão dele socando o ar em comemoração é uma das mais icônicas do nosso esporte e está gravada em nossa história.

Mas foram sua habilidade e imaginação que realmente se destacaram. Pelé experimentou coisas que nenhum outro jogador sonharia, como o famoso movimento na semifinal da Copa do Mundo de 1970, que ficou conhecido como o "Drible do Pelé". Ou o gol que ele marcou na final da Copa do Mundo de 1958, aos 17 anos, quando passou a bola por cima de um zagueiro e chutou de voleio para a rede.

Na verdade, como o futebol televisionado ainda estava em sua infância na época, vimos apenas pequenos vislumbres do que ele era capaz. Quem sabe o que teria acontecido se ele estivesse por volta de 10 ou 15 anos depois?

Às vezes, é difícil separar o mito do fato. Alguns dizem que o governo brasileiro o declarou Tesouro Nacional em 1961, e com isso evitou que ele fosse vendido para um clube fora do Brasil. Eles também dizem que uma trégua foi estabelecida na Guerra Civil da Nigéria na década de 1960 para permitir que ambos os lados o vissem e o Santos jogar uma partida contra um time local.

Mesmo que haja algum exagero aqui, o simples fato de ambas as histórias serem plausíveis ilustra a estima que ele tinha em todo o mundo e a mística que o cercava.

Mais importante, ele conseguiu tudo isso com um sorriso no rosto. O futebol podia ser brutal naquela época e Pelé frequentemente recebia tratamento rude. Mas, embora soubesse defender-se, foi sempre um desportista exemplar, com um respeito genuíno pelos adversários.

Tive o grande privilégio de conhecer o grande homem em 2016, após assistir à estreia do filme de Pelé. Os momentos passados com ele ficarão para sempre gravados no meu coração, assim como para todos os que amam o futebol. Ele tinha uma presença magnética e, quando você estava com ele, o resto do mundo parava.

A vida de Pelé é mais do que futebol. Ele mudou as percepções para melhor no Brasil, na América do Sul e no mundo. Seu legado é talvez impossível de resumir em palavras.

Hoje, o mundo inteiro chora a perda de Pelé; o maior jogador de futebol de todos os tempos."

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