Vice-presidente do Bahia, Vitor Ferraz afirmou que a torcida definiu de maneira muito marcante o dia especial na história do clube, após os sócios votarem pela aprovação da venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ao Grupo City.
"O Brasil passa por uma mudança no futebol muito expressiva com lei da SAF, lei do mandante, uma possibilidade de uma chegada de uma liga dos clubes, e o Bahia fazer parte disso com um dos maiores grupos do futebol mundial é algo muito expressivo. A torcida decidiu de maneira muito marcante, então é um dia especial na história do nosso clube", celebrou Ferraz em entrevista ao Bahia Notícias.
Ferraz também explicou todo o processo de negociação com o Grupo e salientou que os resultados esportivos, como o rebaixamento para a Série B, nunca foram determinantes para uma interrupção da parceria, mas lembrou que o episódio do atentado ao ônibus da delegação causou mais reflexão aos executivos do grupo.
"Resultado em campo nunca foi determinante para o grupo olhar para o Bahia. Como eles estão acostumados a fazer trabalhos estruturantes de médio a longo prazo, o fato de termos sido rebaixados em momento algum foi colocado como uma possibilidade de interromper o projeto. Sempre se preocuparam em entender o tamanho do Bahia, o que poderia alcançar e de que maneira o clube poderia crescer", destacou Ferraz.
"O evento do atentado ao ônibus do clube foi muito mais preocupante do que o rebaixamento. Situações como essas causam uma reflexão maior. No final das contas, a análise que foi feita do Bahia foi muito mais ampla do que os resultados esportivos", completou.
Questionado sobre os seus próximos passos dentro do clube, Ferraz lembrou que ainda terá mais um ano de mandato, e que a associação do clube ampliará seus horizontes, não se resumindo apenas para fiscalizar o contrato com o grupo.
"A gente tem mais um ano à frente do clube, da associação, temos um período de transição, transmitir para eles a nossa experiência de Bahia, e temos que desenvolver projetos para a continuidade da associação, pois ela não irá parar por aqui e não ficará voltada apenas para a fiscalização do contrato com o Grupo City. Temos que ampliar nossos horizontes para entender de que maneira a associação do Esporte Clube Bahia estará nesse processo", concluiu.
O conglomerado de investidores pagará R$ 1 bilhão por 15 anos de controle do departamento de futebol do Tricolor. A votação aconteceu neste sábado (3), na Arena Fonte Nova, e o "Sim" venceu a disputa nas urnas por 12.920 votos, contra 183 que disseram "Não". Foram 10 abstenções. O resultado também marcou o recorde de votação, sendo maior, inclusive, da que definiu a mudança do estatuto. Foram 13.113 votos totais.
Com a aprovação da proposta, o Grupo City se comprometerá a investir R$ 1 bilhão. A quantia será dividida em três montantes. Serão R$ 500 milhões para a compra de jogadores, R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas e outros R$ 200 milhões em infraestrutura, categorias de base e capital de giro. No entanto, este último item não é obrigatório.
